Janeiro Branco: acesso a tratamentos e saúde mental

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O ano de 2024 acabou de começar e com ele inicia-se a campanha Janeiro branco, que visa alertar para os cuidados com a saúde mental e emocional da população, a partir da prevenção das doenças mentais. 

No Brasil, o branco simboliza começar o ano com o pé direito. Para dar continuidade à valorização dessa sensação de bem-estar, o janeiro foi escolhido como o mês da saúde mental, tendo como cor simbólica o branco. Nesse contexto, o movimento Janeiro Branco tem como objetivo principal conscientizar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental, e promover o acesso a tratamentos adequados. 

Infelizmente, muitas pessoas ainda enfrentam barreiras no acesso a serviços de saúde mental, seja por falta de informação, preconceitos ou dificuldades financeiras.  

Muitas pessoas, quando pensam no tema “Saúde Mental” acabam na verdade fazendo uma associação com “Doença Mental”.  Porém, ter saúde mental é muito mais que a ausência de doenças mentais.

Estar mentalmente saudável, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é o estado de bem-estar no qual uma pessoa consegue desempenhar suas habilidades, lidar com os desafios da vida, ser capaz de trabalhar de forma produtiva e contribuir para a sua comunidade.

Um indivíduo mentalmente saudável compreende que não existe a perfeição e que todos os seres humanos possuem limites.

Quais são os principais problemas de saúde mental?

No Brasil, acredita-se que em cada 100 pessoas, pelo menos 30 delas têm ou vão ter problemas de saúde mental. Os principais são depressão, ansiedade e transtorno do pânico. Vamos falar um pouco mais sobre cada um deles agora.

Depressão: 

A depressão é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “Mal do Século”. No sentido patológico, há presença de tristeza, pessimismo, baixa auto-estima, que aparecem com freqüência e podem combinar-se entre si. A depressão provoca ainda ausência de prazer em coisas que antes faziam bem e grande oscilação de humor e pensamentos, que podem culminar em comportamentos e atos suicidas. 

Como diferenciar tristeza e depressão?

  • Tristeza tem motivo. A pessoa sabe que está triste. 
  • A depressão é uma tristeza profunda e muitas vezes sem conteúdo, sem motivo aparente. Mesmo se algo maravilhoso acontecer ou estiver acontecendo, a pessoa continuará triste.

Ansiedade: 

A ansiedade é um sentimento natural e está relacionada, por exemplo, com um prazo apertado ou uma tarefa urgente no trabalho. Já os transtornos de ansiedade acometem pessoas que, geralmente, se preocupam intensamente e não conseguem lidar com essa autocobrança, a ponto de comprometer sua qualidade de vida e seu bem-estar.

Transtorno do pânico:

Esse problema é caracterizado por recorrentes episódios de ansiedade ou medo intenso quando não há perigo real ou causa aparente, o resultado são reações físicas graves. Embora os ataques de pânico não ameacem a vida, eles podem ser muito assustadores. Quem sofre com isso tem crises de medo repentinas e não sabe quando elas vão acontecer de novo. Isso traz muita insegurança e prejudica muito a qualidade de vida.

Onde buscar ajuda?

Se você perceber que precisa de ajuda ou identificar que alguém que você ama precisa, procure um psicólogo para uma avaliação. Fale também com seu médico, profissionais de saúde básica, familiares ou amigos. Não deixe de buscar ajuda

Além disso, existem ações coordenadas pelo Ministério da Saúde para ajudar na saúde mental, como a Política Nacional de Saúde Mental.

O que é a Política Nacional de Saúde Mental?

Segundo o site do Ministério da Saúde, essa política é uma ação do Governo Federal para organizar o atendimento às pessoas com necessidades específicas em saúde mental. Ela abrange atenção a pessoas com depressão, ansiedade, esquizofrenia, transtorno afetivo bipolar, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) entre outros.

Também possui programas voltados para pessoas com problemas relacionados ao uso de álcool, cocaína, crack e outras drogas. O acolhimento dessas pessoas e seus familiares é uma estratégia importante do programa.

Além disso, indivíduos em situações de crise podem ser atendidos em qualquer serviço da Rede de Atenção Psicossocial de forma integral e gratuita pela rede pública de saúde.

O Ministério da Saúde também trabalha na prevenção de problemas relacionados à saúde mental e dependência química. Por exemplo, iniciativas para prevenir o suicídio por meio do Centro de Valorização da Vida (CVV), com ligações gratuitas em todo o país.

Para mais informações e locais de apoio, consulte a página sobre a Política Nacional de Saúde Mental no site do Ministério da Saúde.

Apesar de alguns tabus ainda persistirem, é possível notar uma sociedade mais preocupada com o próprio bem-estar geral. Priorizar a saúde da mente não se trata apenas de buscar tratamento para transtornos existentes, mas também de prevenção. Alguns hábitos podem ajudar, como:

  • Praticar atividade física 

Melhora a saúde como um todo, e é importante para a promoção do bem-estar mental, já que as endorfinas liberadas durante os exercícios físicos contribuem para o alívio de condições como o estresse. 

  • Ter uma vida equilibrada 

Se atentar apenas para o que é essencial, e criar uma rotina mais leve, pode contribuir 

para a sua saúde mental. 

  • Criar relacionamentos saudáveis 

Ter e receber e oferecer apoio são maneiras excelentes de criar conexões positivas, que contribuem para o crescimento pessoal e profissional. O conforto e a segurança são elementos indispensáveis em momentos difíceis.

  • Qualidade do sono 

Os brasileiros dormem mal, porém é fundamental ressaltar que dormir bem não se trata apenas da quantidade de horas, mas da qualidade do descanso: isso contribui para uma boa cognição, o que gera melhor aprendizado e memória, e colabora na recuperação física, incluindo a regeneração dos tecidos musculares. O sono ruim também está ligado a dois dos principais males da sociedade moderna, o estresse e a ansiedade.   

  • Ajuda profissional 

Apesar de ainda haver certa resistência, a terapia e o acompanhamento com profissionais especializados têm ajudado milhões de pessoas pelo mundo a enfrentarem seus medos e barreiras.

Portanto, é fundamental que o Janeiro Branco não se restrinja apenas a um mês de conscientização, mas que promova mudanças efetivas na sociedade, garantindo que todos tenham acesso a tratamentos e suporte para cuidar da saúde mental ao longo de todo o ano.

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